Primeiro estudar, segundo estudar e terceiro estudar, e depois controlar que o saber não fique reduzido a uma frase na moda

"Porque toda revolução é uma luta contínua e, além disso, desesperada, e o proletariado é a classe avançada de todos os oprimidos, o foco e o centro de todas as aspirações de todos e cada um dos oprimidos à sua libertação." (V.I. Lênin, A revolução proletária e o renegado Kautsky)

"Transformar a Filosofia em uma arma afiada nas mãos das massas!" (Dazibao durante a Grande Revolução Cultural Proletária na China)



Esse blog é uma pequena ferramenta para a prática da teoria. Porque a teoria é, também, coisa que se pratica.  Em É melhor menos, mas melhor, Lênin dizia que "para renovar o nosso aparelho de Estado devemos a todo custo colocar-nos a tarefa de: primeiro estudar, segundo estudar e terceiro estudar, e depois controlar que entre nós o saber não fique reduzido a letra morta ou a uma frase na moda (coisa que, não devemos ocultá-lo, acontece com demasiada frequência entre nós)". Se, por um lado, a luta no domínio da teoria tem que estar articulada com e subordinada aos níveis da luta política e a luta econômica, por outro, a luta teórica não é menos necessária. No fim das contas, o campo teórico é um dos campos de luta nos quais e pelos quais se conquista uma linha política justa.

Toda prática é um processo de produção, uma atividade material que produz coisas (ou efeitos) determinadas (Marx, Teses sobre Feuerbach), e toda a prática humana é, em última instância, prática social - uma prática social que têm uma grande série de formas: "luta de classes, vida política, conquistas artísticas e científicas; em resumo, como ser social, o homem participa de todas as esferas da vida prática da sociedade" (Mao Tsé-Tung, Sobre a prática). Assim, a prática teórica não é autônoma, não se desenvolve como uma instância em separado do conjunto de práticas sociais. Pelo contrário, a prática da teoria está sempre em atraso em relação a outras práticas sociais, especificamente em relação a três outras formas de prática social: "De onde vêm as ideias corretas? Caem do céu? Não. São inatas à mente? Não. Elas vêm da prática social e dela exclusivamente; de três tipos de prática social: a luta pela produção, a luta de classes e a experimentação científica" (Mao Tsé-Tung, De onde vêm as ideias corretas?). Se o processo do conhecimento começa pela percepção, é só em um segundo momento do processo do conhecimento, no "salto para o conhecimento conceitual" que se desenvolve a prática da teoria como um processo de elaboração ou de montagem de ideias. "Se a consciência e as ideias de alguém (incluindo teorias, políticas, planos ou medidas) refletem corretamente as leis do mundo objetivo externo, ainda não está provado nesse estágio, no qual não é possível asseverar se elas são corretas ou não" (Mao Tsé-Tung, De onde vêm as ideias corretas?). É só no retorno às três formas de prática sociais do desenvolvimento da produção, da luta de classes e da experimentação científica que se pode verificar a justeza de um processo de prática da teoria, que se pode verificar se uma teoria reflete a objetividade. São essas a condições pela qual uma operação teórica é controlada para não ser reduzida à letra morta ou a uma frase da moda: a sua provação no desenvolvimento da produção social, no avanço estratégico na luta de classes e/ou na experimentação científica.

É nesse sentido em que falamos de uma ferramenta para a prática teórica, e de uma prática teórica sempre subordinada à sua provação nas lutas de classes. Já se disse, com razão, que a Filosofia é, em última instância, luta de classes na teoria, luta que atinge diretamente o nível ideológico da luta de classes e que, através dele, atinge indiretamente os níveis político e econômico. É sempre nessa linha que vamos deixar por aqui nossas intervenções no campo teórico e ideológico, na forma de expressão da Filosofia (o pouco que podemos...) e em outras coisas mais - porque a luta no campo teórico é uma luta ininterrupta, uma luta contínua.

"É certo que a arma da crítica não pode substituir a crítica das armas, que o poder material tem que ser derrocado pelo poder material, mas também a teoria transforma-se em poder material logo que se apo­dera das massas." (Marx, Manuscritos econômico-filosóficos)

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